Dom Jean-Pierre Longeat, OSB
Presidente da AIM
É importante para a AIM ver, regularmente, como estão as propostas de formação monástica no mundo. Estas evoluem inevitavelmente com o desenvolvimento e as iniciativas dos mosteiros de cada região.
As iniciativas são numerosas. Parece-nos útil olhar com atenção um assunto tão importante e consagrar-lhe dois números, o nº 119 e o nº 120. Se alguma comunidade, ao ler o boletim 119, quiser dar informações sobre este ou aquele seu projeto, que nos escreva e veremos como acrescentar sua contribuição no Boletim 120.
A formação de que se trata aqui diz respeito sobretudo à vida monástica e às condições necessárias para o seu desenvolvimento. A questão dos estudos de filosofia, de teologia e das especialidades de tipo universitário, poderia ser tratada à parte; não entra diretamenteno tema destes nºs do Boletim.
Para a formação inicial cada comunidade guarda sua parte de responsabilidade. Como vimos no documento “Espelho da vida monástica”, é a comunidade toda que é formadora; mas é importante alargar o horizonte dos membros com os tempos de formação contínua; também deve-se ter cuidado para que cada comunidade possa suscitar e formar responsáveis.
As Ordens, Congregações e Regiões monásticas têm propostas próprias de formação tanto a nível de internoviciados, como de sessões para jovens professos, para formadores, para superiores e outros responsáveis.
São Bento diz, na sua Regra, que quer fundar uma escola do serviço do Senhor. É um projeto evocador. Somos convidados a permanecer em estado de escuta e de troca de conhecimentos e de experiências, ao longo de toda a vida. Conforme uma outra imagem usada por São Bento, a formação adquire-se em “fileiras fraternas” (RB 1), quer dizer com choques, tensões, encorajamentos, luta de todos contra os obstáculos, em vista de uma verdadeira conversão para viver o mandamento do amor. Isto se realiza na oficina (RB 4) aonde se aprende a usar todos os instrumentos espirituais postos à nossa disposição.
Todo a ideia da formação monástica visa permitir aos irmãos, e às irmãs, das nossas comunidades, fazerem a experiência do caminho que nos conduz, juntos, para a verdadeira vida, segundo a inspiração do amor de Deus. Assim, “guiados pelo Evangelho”, “Não nos afastando nunca do ensinamento de Cristo e perseverando até à morte na sua doutrina, na comunidade, participaremos pela paciência nos sofrimentos de Cristo, para merecer ter parte no seu Reino” (cf. Prol. e Cap. 72). As Bem-aventuranças que estão no começo do Evangelho de São Mateus, são uma bela ilustração desta proposta de formação.